Dia da Luta Antimanicomial
Prefeitura de Inhapim promove caminhada para lembrar o dia da Luta Antimanicomial.
Publicado em 23/05/2022 10:01 - Atualizado em 23/05/2022 10:03
Em 18 de maio é lembrado o dia nacional da luta antimanicomial em todo território brasileiro. O Movimento da Luta Antimanicomial se caracteriza pela luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental. Dentro desta luta está o combate à ideia de que se deve isolar a pessoa com sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos, ideia baseada apenas nos preconceitos que cercam a doença mental. O Movimento da Luta antimanicomial faz lembrar que como todo cidadão estas pessoas têm o direito fundamental à liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direto a receber cuidado e tratamento sem que para isto tenham que abrir mão de seu lugar de cidadãos.
Segundo a secretária municipal de saúde Ana Elza Silva Araújo, os movimentos que lutam pelos direitos das pessoas com doenças mentais tomaram corpo no país a partir da década de 1970. Foram formados, em sua maioria, por trabalhadores e sindicalistas, pessoas que passaram por internações psiquiátricas e seus familiares organizados; “Em 1987 um encontro de trabalhadores da saúde mental aconteceu na cidade paulista de Bauru. Foi ali que se definiu que haveria um dia nacional de lutas e que se discutiram as bases de uma proposta de reforma no sistema psiquiátrico brasileiro. A luta antimanicomial não fala só de cuidado, mas também aponta que determinados procedimentos que, em especial antigamente, eram considerados procedimentos médicos, são violência, tortura e segregação. Em nada podem ser comparados com qualquer conceito de saúde ou diretriz de cuidado” comentou.
Já o enfermeiro e vice-prefeito Sandro da Saúde disse que Inhapim é um município preparado para lidar com pacientes que sofrem de transtornos mentais sem a necessidade de encarceramento; “O cenário das políticas públicas de saúde mental - que durante ao menos dois séculos era de hospícios funcionando sob a lógica da internação e exclusão prolongada de pessoas rotuladas como loucas - é transformado no Brasil principalmente a partir de 2001.
Em 2022 foi aprovada a Lei 10.216, também chamada de Lei Paulo Delgado ou Lei da Reforma Psiquiátrica. Ela determinou que a política de saúde mental no país passasse por uma transição, com o fechamento dos leitos em hospitais psiquiátricos e o desenvolvimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), oferecendo serviços abertos, comunitários e territorializados.
De acordo com o Desinstitute, na década de 1980 havia no Brasil cerca de 100 mil leitos em hospitais psiquiátricos, também chamados de hospícios ou manicômios. Com a aplicação da Reforma Psiquiátrica a partir de 2001 e o desenvolvimento da RAPS, que tem os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) como seu serviço mais conhecido, esses leitos foram sendo gradativamente fechados. Atualmente existem 13 mil no país.
Inhapim conta com profissionais médicos psiquiatras, técnicos e enfermeiros, assistentes sociais, profissionais de acolhimento e um grande números de servidores que atuam em nosso Centro de Atenção Psicossocial Adulto e Infantil para melhor atender nossos pacientes que sofrem de transtornos mentais. O encarceramento é um retrocesso, é desumano e vamos lembrá-lo ano após ano para combatê-lo. A inclusão e a liberdade são os melhores caminhos para lidarmos com as doenças mentais de nossos pacientes” informou.
Você cidadão inhapinhense que carece de atendimento no Centro de Atenção Psicossocial Adulto ou Infantil, ou até mesmo conheça uma pessoa que necessite de apoio psicológico, poderá entrar em contato com a Unidade Básica de Saúde mais próxima de você ou acessar a ouvidoria do município pelo www.inhapim.mg.gov.br.
por Assessoria de Comunicação